A diversidade ambiental e cultural possui um valor intrínseco, independente de sua utilidade em nossa cultura urbano-industrial globalizada. Para o enfrentamento da crise socioambiental mundial é importante o aprendizado sobre racionalidades e modos de vida mais sustentáveis em relação à natureza, como é o caso dos povos tradicionais. Um aprendizado mútuo entre os detentores do conhecimento tradicional e do conhecimento científico, pode levar a uma melhoria da qualidade de vida das comunidades tradicionais e evitar que a sua inserção na economia de mercado leve à degradação dessa diversidade. Trata-se, portanto, da busca por uma ecologia social. Este estudo buscou avaliar o turismo comunitário como meio de contribuir para a conservação cultural e melhoria da qualidade de vida dos povos tradicionais, bem como para a manutenção da biodiversidade de seus territórios. Utilizou-se como referência os povos e terras de faxinais do Paraná. Através de observação participante e entrevistas não-estruturadas nas comunidades dos Faxinais Lageado de Baixo, no município de Mallet, e Lageado dos Mello, no município de Rio Azul, buscou-se fugir da imposição da realidade do pesquisador sobre a análise. Os faxinais possuem vários recursos para o desenvolvimento da atividade turística: passear pelas estradas internas; observar as propriedades, a vegetação e os animais; ouvir sobre sua história; observar o modo de vida diferenciado dos faxinalenses; entre outros. Acredita-se que o turismo comunitário, enquanto instrumento de aprendizado entre visitantes e povos tradicionais, pode ser considerado como um dos caminhos para a preservação dos faxinais do Paraná.